O Controlo de Gestão deve ser visto como um meio de desenvolvimento de qualquer organização e um instrumento fundamental para a criação de valor que, só faz sentido, se a organização possuir uma estratégia delineada.
Compreende um conjunto de práticas assentes na gestão corrente operacional e financeira, privilegiando a descentralização de responsabilidades e uma ação estratégica assente em análises de desempenho e resultados.
Há, no entanto, que não dissociar a estratégia das ações e das tarefas de curto prazo, porque estas devem contribuir para que as orientações estratégicas e os objetivos sejam atingidos. Para que tal aconteça, é necessário implementar um processo de controlo que guie as ações e atividades e que assegure o acompanhamento dos desempenhos a curto prazo. A eficiência e eficácia do Controlo de Gestão poderão impulsionar diretamente a criação de valor económico, mas também a diferenciação organizacional enquanto gestora privilegiada de informação e conhecimento.
Apesar do Controlo de Gestão ser um conceito relativamente recente no seio das organizações, apresenta-se tendencialmente relevante como fonte de informação útil e atempada no apoio aos gestores na decisão, no planeamento das atividades e no controlo das operações.
Para uma atuação eficaz e eficiente do Controlo de Gestão existem alguns princípios que importa não descurar, a saber: a diversificação dos objetivos e monitorização dos indicadores de desempenho financeiros e não financeiros; a descentralização hierárquica e delegação de responsabilidades; a convergência de interesses a nível global com os interesses de cada departamento; a seleção dos indicadores orientados para a ação; o ajuste do sistema da organização aos objetivos estratégicos; a orientação prospetiva do Controlo de Gestão como complemento da orientação tradicional; a capacidade e oportunidade interpretativa dos indicadores; a introdução de sistemas compensatórios; e não menos importante, o papel dos Controllers.
Dentro de uma organização, o Controlo de Gestão pode ocupar uma posição particular, desempenhada pelo Controller, o qual exerce uma função estratégica e transversal a todas as áreas, na medida em que procura estabelecer a lógica e a racionalidade nos processos de tomada de decisão, promovendo a sustentabilidade e o crescimento organizacional para proteger os interesses dos stakeholders.
Os Controllers são ainda facilitadores porquanto recolhem e tratam a informação numa base de diálogo e interatividade com os gestores operacionais (Jordan et al., 2015). As suas responsabilidades incluem desenhar e manter mecanismos de medição e influência do desempenho, apoiar a comunicação e a coordenação, salvaguardando o alinhamento estratégico das diferentes unidades de negócio, departamentos e recursos humanos cumprindo a sua missão, confiando em diversas ferramentas, instrumentos e sistemas de gestão.